quinta-feira, 29 de julho de 2010

Torcida colorada, um show à parte

 Torcida usou sinalizadores para demarcar o caminho do ônibus do Internacional

Foram mais de 48 mil torcedores que lotaram o Beira-Rio. A participação de cada um foi fundamental na conquista da vitória contra o São Paulo por 1 a 0. Mas o apoio não começou somente após o apito inicial de Héctor Baldassi. Durante todo o dia, o torcedor colorado fez questão de mostrar seu amor pelo Clube. Um destaque à parte foi a recepção calorosa ao ônibus 'Campeão de Tudo', que trouxe a delegação colorada para o Gigante. Faltam palavras para descrever o que aconteceu. A torcida formou um corredor com sinalizadores vermelhos, desde a Avenida Padre Cacique, embelezando a noite de Porto Alegre. Foi um espetáculo



SAUDAÇÕES COLORADAS.

Retranca furada: Inter faz 1 a 0 no São Paulo e encaminha vaga

Retranca custa caro. Paga-se com gol, com derrota, com o distanciamento de uma vaga em final de Libertadores da América. Vontade de vencer traz o efeito contrário: dá recompensa, oferece vitória, brinda com a esperança de novo título continental. No duelo entre Internacional e São Paulo, venceu quem quis vencer. Giuliano, aos 23 minutos do segundo tempo, furou o bloqueio tricolor e deu ao Colorado uma vitória que não poderia ser mais justa.
Só o Inter, até a bola entrar na rede de Rogério Ceni, buscou o gol no Beira-Rio. O São Paulo não teve receio de se esconder na defesa, valorizando um eventual 0 a 0. Em todo o primeiro tempo, não teve uma chance sequer para marcar. Foi punido com o gol de um jogador iluminado, que já marcou quatro vezes na Libertadores, mesmo sem ser titular. Giuliano, depois de fazer o gol da classificação às semifinais, contra o Estudiantes, deixou o Inter mais perto da decisão.
O duelo da volta é na semana que vem, na quinta-feira, no Morumbi. Os gaúchos jogam pelo empate e até por derrota de um gol, a partir do 2 a 1. Ao São Paulo, resta vencer por, pelo menos, dois gols de vantagem ou devolver o placar do Beira-Rio e tentar a sorte nos pênaltis.
Retranca são-paulina amarra o Inter

A torcida do Inter vestiu o pé-frio Mick Jagger

com a camisa do São Paulo (Foto: AFP)Foi só aos 18 minutos, em cobrança de falta de D’Alessandro, que as torcidas de Inter e São Paulo ganharam um motivo para exclamar algum sentimento, seja de alívio ou frustração. O chute para fora do argentino foi a primeira chance de gol em um primeiro tempo desenhado muito mais com traços de marcação do que de criação. O Tricolor não fez qualquer questão de esconder suas propostas prioritárias: marcar, defender, anular o adversário.
E conseguiu. O Inter teve o controle do primeiro tempo, buscou o gol, avançou mais. Na prática, só os gaúchos atacaram. Em todo o período, o São Paulo não soube criar chances. Foi uma fortaleza na defesa e morreu de fome no ataque. Ricardo Gomes armou um time para o qual o 0 a 0 valia ouro

O Inter, amarrado pela marcação adversária, jamais conseguiu estabelecer uma pressão forte o bastante para nocautear o oponente. D’Alessandro correu muito, Taison também, Kleber apareceu bem na esquerda, Nei pintou como boa alternativa na direita. Mas foi pouco. A tática defensiva do São Paulo venceu a caça colorada pelo gol.

Alecsandro luta contra Rodrigo Souto (16) e Alex Silva

no 1ª tempo (Foto: Jefferson Bernardes / VIPCOMM)D’Alessandro, aos 25 minutos, originou boa chance ao Colorado. O veneno que ele colocou em cobrança de escanteio fez a bola cruzar a área, passar pela zaga e cair nos pés de Alecsandro. O centroavante logo emendou a gol. Rogério Ceni defendeu.



De Guiñazu para Taison, de Taison para Kleber, de Kleber para Taison. A jogada mais bonita do primeiro tempo nasceu aos 28 minutos. Coube ao atacante, de cabeça, concluí-la. Ceni voou com plasticidade, fez a ponte e encaixou a bola.



D’Alessandro, aos 41 minutos, tentou um último chute, de longe, para fora. E ficou nisso. Sem qualquer vergonha de defender, o São Paulo cumpriu seu objetivo no primeiro tempo.



Giuliano, sempre Giuliano: Inter vence





Bem marcado, Dagoberto pouco produziu para

o São Paulo no Beira-Rio (Foto: EFE)O Inter voltou mais elétrico no segundo tempo, disposto a aplicar correria para cima do adversário, a martelá-lo até derrubar sua muralha defensiva. Com um minuto, Andrezinho já ameaçou Ceni com um chute forte, no canto esquerdo. O goleiro caiu bem e conseguiu espalmar. As tentativas vermelhas seguiram com Kleber, que recebeu de Taison dentro da área, frente a frente com o camisa 1 adversário, mas levou a pior.

Aos poucos, o São Paulo conseguiu amortecer o ânimo do rival. E até arriscou a gol. Dagoberto aproveitou falha de Nei e mandou uma pancada. A bola passou perto do gol de Renan, que quase morria de tédio naquele momento, com a bola sempre longe dele.
Dizem que Celso Roth não tem estrela. Diziam. Chegou um momento em que o treinador colorado resolveu mexer no time. Lembrou de Giuliano. Aos 22 minutos, Alecsandro tentou entrar com a bola, que sobrou para o meia. O chute foi no canto de um Rogério Ceni imóvel. Gol do Inter, gol de Giuliano, gol sem preço para os gaúchos!

Giuliano entrou no segundo tempo e, mais uma vez, decidiu para o Internacional (Foto: EFE)Saiu o primeiro, e poderiam ter pintado outros. Kleber teve chance, Taison também, Alecsandro idem. O São Paulo se safou. Ricardo Gomes, antes satisfeito, se viu obrigado a mexer. Colocou Cleber Santana, Ricardo Oliveira, Fernandinho. Até passou a atacar. Mas em vão.


O Inter ainda teve Rafael Sobis, campeão da Libertadores de 2006, herói da vitória de 2 a 1 justamente sobre o São Paulo, no Morumbi. Ele não teve tempo de fazer grande coisa. Nem precisou. Giuliano, iluminado, já tinha feito, já tinha mostrado ao adversário que retranca tem um preço caro a ser pago.


SAUDAÇÕES COLORADAS.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Inter e São Paulo voltam ao passado pelas semifinais da Libertadores

Rafael Sobis era do Inter e voltou para o Inter. Richarlyson era do São Paulo e continua no São Paulo. Fernandão era do Inter e agora é do São Paulo. É um jogo cheio de nostalgia o reencontro entre gaúchos e paulistas, nesta quarta-feira, no Beira-Rio, quatro anos depois da final da Libertadores de 2006. Desta vez, o duelo é pelas semifinais, e 12 jogadores envolvidos naquela decisão integram o elenco de algum dos clubes. Às 21h50m, o Colorado vai a campo em busca de um repeteco do passado. O Tricolor busca final diferente e tenta enfrentar Universidad de Chile ou Chivas, que fazem a outra semifinal. Nesta terça, no primeiro jogo, no México, houve empate por 1 a 1.
Equipes acostumadas a disputar títulos, Inter e São Paulo estão juntos no retorno ao passado, mas vivem momentos muito diferentes. Depois do recesso no futebol brasileiro durante a Copa do Mundo, o Colorado emendou quatro vitórias em quatro jogos, enquanto os paulistas somaram apenas um ponto no mesmo período. No clube gaúcho, Celso Roth vê seu trabalho, iniciado há um mês e meio, ganhar cada vez mais solidez; no time paulista, o emprego de Ricardo Gomes está por um fio.
Lembranças coloradas
O Inter não tira da cabeça aquele 16 de agosto de 2006, a largada para os títulos que vieram depois. Em quatro apenas, apenas o zagueiro Índio foi mantido no Beira-Rio. Mas, com o tempo, outros cinco jogadores retornaram para casa e agora reforçam o elenco vermelho no reencontro com o São Paulo. O goleiro Renan, os zagueiros Bolívar e Fabiano Eller, o meia Tinga e o atacante Rafael Sobis dão ares de nostalgia à partida.
O clube gaúcho mudou desde aquele jogo. Ficou maior. Foi campeão do mundo. Venceu gigantes como Barcelona, Inter de Milão, Boca Juniors e Estudiantes. E agora se sente ainda mais preparado para enfrentar o desafio de superar, mais uma vez, um tricampeão mundial.
- O Inter tem vários jogadores daquela época, que se sagraram campeões e estão novamente em uma semifinal. Agora, nos encontramos de novo. Acho que são os maiores grupos do Brasil. Esperamos que possa ser tão competitivo quanto em 2006. O detalhe pode fazer a diferença – disse o capitão Bolívar.
Mas nem todos os remanescentes estarão em campo. A zaga tem Bolívar e Índio, com Fabiano Eller no banco. Rafael Sobis, ainda sem o ritmo ideal, fica como opção para o decorrer da partida. Renan deve seguir na reserva de Abbondanzieri. E Tinga, com um edema na coxa direita, está fora
A dúvida está no substituto dele. Giuliano é a escolha mais provável, mas Wilson Matias também tem chances. Vai depender da decisão de Roth: ou um time mais ofensivo, com o mesmo desenho dos quatro jogos oficiais comandados pelo técnico, ou uma postura mais defensiva, sustentada pela importância de não sofrer gols em casa.
Desejo de construir uma história bem diferente daquela de 2006
Pelo lado paulista, são seis atletas que estiveram na decisão, sendo que dois eram do lado colorado: Jorge Wagner e Fernandão. Este último marcou um dos gols do empate por 2 a 2 na segunda partida, que deu o título ao Inter. Rogério Ceni e Richarlyson estavam em campo pelo São Paulo, com Bosco no banco. E Ricardo Oliveira, apresentado oficialmente como reforço na última terça-feira, atuou na primeira partida da decisão, mas não jogou a segunda, pois não foi liberado pelo Bétis para prorrogar o empréstimo. Agora o atacante deseja "recuperar" o tempo perdido
- Fiquei muito chateado na época porque era a chance de tentar conquistar um título da Libertadores e não me deixaram jogar. Mas não ficou mágoa. Hoje tenho a oportunidade de jogar a semifinal, e logo contra o Internacional, adversário da decisão de 2006. Eu tinha uma grande ilusão de conseguir o título - ressaltou o atacante durante a chegada ao Tricolor Paulista. Ele ficará no banco e só não será aproveitado desde o início porque acabou de se recuperar de uma cirurgia no joelho esquerdo.
Em relação ao time, mistério total. O técnico Ricardo Gomes comandou um treino secreto na manhã desta terça-feira e não deu qualquer pista da escalação. Dez titulares estão confirmados: Rogério Ceni, Miranda, Alex Silva, Jean, Rodrigo Souto, Hernanes, Marlos, Junior Cesar, Dagoberto e Fernandão. A outra dúvida está entre dois jogadores: Xandão e Richarlyson.
Se o primeiro for escolhido, ele atuará pelo lado direito da defesa, com Alex Silva fazendo a sobra e Miranda atuando pela esquerdo. Caso a opção seja por Richarlyson, Miranda vai para a direita e o camisa 20 fará o lado cobertura e ficará responsável pela cobertura aos avanços de Junior Cesar.

SAUDAÇÕES COLORADAS.